ZÉ DO CAIXÃO: UM MITO POPULAR NOS ANOS DE CHUMBO
Resumo
Ritual dos Sádicos (1970) é o terceiro longa-metragem dirigido por José Mojica Marins com a presença de Zé do Caixão. No entanto, é o primeiro em que o famoso personagem aparece apenas enquanto figura de ficção cinematográfica. Mergulhado em metalinguagem, o cineasta realiza aqui o seu primeiro filme com proposta assumidamente “intelectual”: lastreado pelo sucesso popular sem precedentes do sinistro coveiro, alçado então a uma esfera já quase mítica, José Mojica Marins peleja para defender a sua obra cinematográfica frente a parte considerável da crítica especializada do período, e principalmente frente aos aparelhos de repressão da ditadura militar em seu período mais duro, pós-AI5 (1968). Este trabalho se propõe a investigar os elementosque poderiam levar a caracterizar Zé do Caixão como um mito contemporâneo, tomando como referencial teórico a antropologia estrutural de Claude Levi-Strauss e como objeto a obra de José Mojica Marins – particularmente o filme acima citado – e de outras obras inspiradas por aquela, dentro do contexto político-cultural específico no Brasil entre os anos de 1968 e 1978 – período em que vigorou o Ato Institucional número 5.
Referências
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