DE LILITH À POMBAGIRA: A PERSONAGEM NEGRA E O EXU FEMININO NO ROMANCE DE JORGE AMADO

  • Sueleny Ribeiro Carvalho Universidade Federal de Santa Maria

Resumo

Por meio da análise da representação da personagem Iaba – Negra Doroteia –, no romance, de Jorge Amado, Tenda dos milagres, pretende-se, neste artigo, verificar como os mitos de Lilith e da Pombagira são relacionados na representação da personagem e sua consequente influência na elaboração e fixação dos estereótipos sexuais atribuídos à mulher negra. Para tanto, por meio dos procedimentos da Literatura Comparada busca-se o entrelaçamento dos estudos em torno da literatura, antropologia, religião, psicanálise e crítica cultural a fim de refletir sobre os procedimentos que contribuem para a construção das identidades dos sujeitos e a fixação dos estereótipos, sobretudo, em relação à mulher negra.

Referências

AMADO, J. Tenda dos Milagres. Rio de Janeiro: Record, 2001.

ARRUDA, A. (Org.). Representando a alteridade. Petrópolis: Vozes, 1998.

BARRETO, Júnia, “A mulher é o monstro: do mito de Lilith ao drama de Victor Hugo e o cinema
de Babenco e Piglia”. In: DUARTE, Constânia Lima; RAVETTI, Graciele; ALEXANDRE, Marcos Antonio (Org.). Gêneros e representações em literaturas de línguas românicas. v. 5. Belo Horizonte: Departamento de Letras Românicas, UFMG, 2002.

BASTIDE, R. Estudos afro-brasileiros. São Paulo: Perspectiva, 1973.

CARVALHAL, T. O próprio e o alheio: teorias em literatura comparada. São Leopoldo: Editora UNISSINOS, 2003.

CARVALHO, S. R. A identidade na fronteira deslizante dos esterótipos. Jundiaí: Paco Editora, 2013.

CONSORTE, Reavaliação e atualidade dos cultos afro-brasileiros: In: Sincretismo religioso: o ritual afro. Recife: Massangana, 1996. p. 17-23.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Trad. Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Cláudia Leão. São Paulo: 34, 1995.

DELUMEAU, J. Os agentes de Satã III: a mulher. In: História do medo no ocidente. Trad. Maria Lucia
Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

FREYRE, G. Casa grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal.
São Paulo: Global, 2004.

GLISSANT, E. Introdução a uma poética da diversidade. Trad. Enilce Albergaria Rocha. Juiz de Fora: UFJF, 2005.

Letras em Revista (ISSN 2318-1788), Teresina, v. 08, n. 02, jul./dez. 2017.

LARAIA, R. de B. Jardim do Éden revisitado, Rev. Antropol. v. 40. São Paulo. 1997. Disponível em:
. Acesso em: 05 out. 2016.

LEACH, E. Gênesis enquanto um mito. São Paulo: Ática. 1983.

NÁJERA, O. Lilith y Caín ¿Rebeldes o revelaciones?, Revista Razón y Palabra. Out/nov. 2013. Disponível em: . Acesso em: 21 set. 2016.

PRANDI, R. Mitologia dos orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

______. Segredos guardados: orixás na alma brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

RAMOS, A. O negro brasileiro. Recife: Massangana, 1988.

RISÉRIO, A. A utopia brasileira e os movimentos negros. São Paulo: 34, 2007.

SANTANA, M. R. de. Jorge Amado e os ritos de baianidade: um estudo em “Tenda dos Milagres”, 2008, 131f, Dissertação (Mestrado em Letras) – Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens, Universidade do Estado da Bahia, Bahia, 2008.

SICUTERI, Roberto. Lilith: A lua negra. Trad. Norma Telles e J. Adolpho S. Gordo. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1985.

UMBACH, Rosani Ketzer (Org.). Memórias da repressão. Santa Maria: UFSM, PPGL Editores, 2008.

VERGER, P. Notas sobre o culto aos orixás e voduns na Bahia de Todos os Santos, no Brasil, e na antiga Costa
dos Escravos, na África. Trad. Eugênio Marcondes de Moura. São Paulo: EDUSP, 2000.
Publicado
2018-07-20
Como Citar
CARVALHO, Sueleny Ribeiro. DE LILITH À POMBAGIRA: A PERSONAGEM NEGRA E O EXU FEMININO NO ROMANCE DE JORGE AMADO. LETRAS EM REVISTA, [S.l.], v. 8, n. 2, jul. 2018. ISSN 2318-1788. Disponível em: <https://ojs.uespi.br/index.php/ler/article/view/154>. Acesso em: 04 dez. 2024.