Camilo Castelo Branco e a dualidade em Maria! Não Me Mates, Que Sou Tua Mãe! – notícia ou ficção?

Resumo

Neste artigo, analisaremos a narrativa Maria! Não me mates, que sou tua mãe!, escrita em 1848, por Camilo Castelo Branco, de forma anônima. O enredo, publicado em folheto de cordel, é baseado em uma notícia divulgada no jornal Revolução de Setembro, sobre uma filha que teria matado a mãe. Pretendemos mostrar, por meio da análise de uma narrativa de crime, que embora jornalismo e literatura estivessem intrinsecamente ligados, são disciplinas distintas, ainda que ambas sejam utilizadas para a manifestação do discurso. Dessa maneira, mostraremos os elementos que caracterizam o folheto de cordel, o folhetim e a notícia, comprovando, portanto, que a citada obra, apesar da verossimilhança possível, nada mais é que ficção. 

Referências

ARRIGUCCI JÚNIOR, Davi (1998). “Teoria da narrativa: posições do narrador”. Jornal de Psicanálise do Instituto de Psicanálise - SBPSP, 31(57), 9-43.
BAPTISTA, Abel Barros (2012). Futilidade da novela: a revolução romanesca de Camilo Castelo Branco. Campinas: Ed. Unicamp.
CASTELO BRANCO, Camilo (1991). “Maria, não me mates, que sou tua mãe!”; “Matricídio sem exemplo”. In: ______. Maria, não me mates, que sou tua mãe!; O Cego de Landim. São Paulo: Edições Loyola; Editora Giordano, 1991. p. 1-59.
CASTRO, Andréa Trench de (2012). O romance-folhetim de Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós. Dissertação (Mestrado em Letras – Estudos Comparados de Literatura de Língua Portuguesa), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.
COSTA, Cristina (2002). Ficção, Comunicação e Mídias. São Paulo: Senac. E-book.
COSTELLA, Antonio F. (2002). Comunicação – do grito ao satélite: história dos meios de comunicação. 5. ed. Campos do Jordão: Editora Mantiqueira.
FRANCO JUNIOR, Arnaldo (2009). “Operadores de leitura da narrativa”. In: BONICCI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana. (Orgs.). Teoria Literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. 3. ed. Maringá: EDUEM, v. 1. p. 33-58.
LAGE, Nilson (2008). A reportagem – teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. 7. ed. Rio de Janeiro: Record.
______ (2006). Estrutura da notícia. 6. ed. São Paulo: Ática.
Letras em Revista (ISSN 2318-1788), Teresina, v. 13, n. 01, jan/jun. 2022 253
LISBOA, Fátima Sebastiana Gomes (2011). “‘Os Mistérios de Lisboa’ uma mise en abîme: ‘literatura menor’, cinema e televisão”. In: Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – Anpuh: 50 anos, São Paulo. In: http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1307966878_ARQUIVO_OsMisteriosdeLisboa.Textocorrigido.pdf. Acesso em 10 dez. 2019.
MARCONDES FILHO, Ciro (2000). Comunicação e jornalismo: a saga dos cães perdidos. São Paulo: Hacker Editores.
PENA, Felipe (2006). “O jornalismo literário como gênero e conceito”. Anais do XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Brasília. In: http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/77311256385591019479200175658222289602.pdf. Acesso em 12 dez. 2019.
PINTO, Maria Isaura Rodrigues (2009). “O cordel do Brasil e o cordel de Portugal: possíveis diálogos”. SOLETRAS, Rio de Janeiro, 18, 117-132.
RAMOS, Ana Margarida (2008). Os monstros na literatura de cordel portuguesa do século XVIII. Tese (Doutorado em Letras), Universidade de Aveiro, Aveiro.
RAMOS, Rui (2007). “Heterogeneidade enunciativa no discurso sobre o ambiente na imprensa portuguesa: funcionamento e efeitos do discurso directo”. Linguagem em (Dis)Curso, 7(1), 45-70.
SOUSA, Maria Leonor Machado de (1979). O “Horror” na Literatura Portuguesa. Amadora: Biblioteca Breve; Instituto de Cultura Portuguesa.
SOUSA, Moizeis Sobreira de (2017). “As conexões entre a literatura de cordel setecentista e a ascensão do romance em Portugal no século XIX”. Navegações – Revista de Cultura e Literaturas de Língua Portuguesa, 10(2), 172-177.
TENGARRINHA, José Manuel (1989). História da Imprensa Periódica Portuguesa. 2. ed. Lisboa: Caminho.
Publicado
2022-06-30
Como Citar
GRECO, Leticia de Freitas; PAVANELO, Luciene Marie. Camilo Castelo Branco e a dualidade em Maria! Não Me Mates, Que Sou Tua Mãe! – notícia ou ficção?. LETRAS EM REVISTA, [S.l.], v. 13, n. 01, jun. 2022. ISSN 2318-1788. Disponível em: <https://ojs.uespi.br/index.php/ler/article/view/323>. Acesso em: 25 abr. 2024.