O que pode uma volta na rua?

Resumo

Uma mulher de classe alta caminha pelas calçadas de Copacabana e se depara com um mendigo que lhe pede dinheiro e lhe mostra uma ferida. Desse encontro banal surge o extraordinário e, pela ferida, que funciona como uma interface, atravessa o conhecimento de gênero e de classe e, melhor, um tipo de estranhamento absoluto. A socialite, na rua, em uma condição nada familiar, é obrigada a experimentar, de forma inaugural, um tipo de liberdade que não parece ruim nem boa, apenas diferente de tudo que ela já havia vivido. Clarice Lispector, no conto A bela e a fera ou a ferida grande demais, extrai do universo que mora nos intervalos e nas distâncias das dicotomias nuanças que são despercebidas nos encontros devido à necessidade social da eficiência e da competência para evitar os constrangimentos da vida urbana.

Biografia do Autor

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Referências

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Publicado
2022-12-30
Como Citar
FONSECA, Renata Barreto da; FONSECA, João Barreto da; MAIA BARBOSA DE PAIVA, Vanessa. O que pode uma volta na rua?. LETRAS EM REVISTA, [S.l.], v. 13, n. 02, dez. 2022. ISSN 2318-1788. Disponível em: <https://ojs.uespi.br/index.php/ler/article/view/445>. Acesso em: 30 out. 2024.