Twitter: uma análise pragmática das estratégias de impolidez em comentários numa mídia social
Resumo
Este artigo está no campo da linguística-pragmática dedicado a descobrir e analisar as estratégias de impolidez de tuítes contra a fala do presidente Bolsonaro quando ele declarou aos opositores que iriam vê-lo em 2022, ano da eleição no Brasil. Os dados foram retirados na coluna de comentários do Twitter no Blog da jornalista Andreia Sadi, nos dias 03 e 04 de fevereiro de 2021. Foram coletados 227 tuítes. 110 de internautas opositores ao Bolsonaro, 100
a favor e 07 de publicidades. Analisamos 110 tuítes que pertencem ao grupo de internautas que não gostam do presidente. É um estudo descritivo qualitativo apoiado em dados quantitativos. A técnica de coleta utilizada foi o método documental. Tivemos uma análise à luz do modelo interativo de Miles et al. (2014) e com base na taxonomia de Culpeper (1996). O resultado mostra que nos 110 comentários, a estratégia de impolidez positiva teve um total de 58 (52,6%), a estratégia sarcasmo teve 27 casos (24,5%), a estratégia de impolidez negativa teve 16 casos (14,6%), a estratégia de impolidez caluniosa teve um número total de 8 casos (7,3%) e polidez retida foi a estratégia de menor frequência a ocorrer nesta pesquisa (1,1%). O estudo mostrou que a impolidez não é apenas o oposto de polidez, mas a manifestação de desaprovação e antipatia mútua por meio de certos comportamentos comunicativos que sinalizam desrespeito.
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